Semana Especial – A Maldição de Arthur: Leia um conto da autora!

em 19.5.16
Vamos
a mais uma postagem da Semana Especial – A Maldição de Arthur, lançamento em pré-venda pela Editora PenDragon!

A autora Graci Rocha disponibilizou, na íntegra, seu conto O Dragão Herói para quem desejar conhecer sua narrativa. Eu o li e adorei! Abaixo dele, deixo a minha avaliação para vocês.


Título: O Dragão Herói
Autora: Graci Rocha
Sinopse: Na cidade só se fala de um herói com aparência de dragão, mas a verdadeira história por trás do grande vigilante e salvador noturno ninguém sabe. Descubra você também quem é e que poderes tem o dragão salvador de senhoras indefesas.


O Dragão Herói

Há mais de uma semana que as capas dos jornais vinham estampado rostos de senhoras indefesas afirmando que haviam sido salvas por ninguém mais e ninguém menos que um dragão. É claro que todas sempre tinham certeza de que além de muito forte e corajoso ele era lindo, exuberante, quase angelical. E ainda soltava fogo como um dragão verdadeiro o faria.

Mas a verdade sobre o vigilante herói ninguém realmente conhecia, seu nome ou seu endereço eram um mistério para praticamente todo o mundo que se via espantado com tal criatura espetacular. Não era, porém, para ele mesmo. E seu nome era Matheus Oliva, o que sempre lhe rendia algum apelido relacionado a azeitonas. Era magro demais, não sabia se vestir e tropeçava nos próprios pés sempre que tentava andar mais rápido. No trabalho, já havia recebido três advertências por estragar completamente as reuniões com as quais fora incumbido de organizar. Seus recursos tecnológicos sempre falhavam na hora errada e por muito pouco a empresa toda não incendiava.

Matheus Oliva era um homem solitário, sem esposa, namorada, filhos, pai, mãe ou quaisquer outros parentes dispostos a perder algum tempo ouvindo suas ideias que um dia revolucionariam o mundo. Ele não era um herói.

Nem tinha planos de ser.
Tudo havia, como sempre, fugido do controle.

Há semanas que seu emprego estava por um fio, e Matheus Oliva estava mais deprimido do que nunca. O gato da vizinha havia comido seu canário e agora ele estava mais uma vez sozinho no mundo, falando com as paredes em um apartamento de quarto e sala que cheirava a mofo. No meio da noite a depressão arrebatava-lhe a alma e ele sonhava com um mundo onde seria um grande e rico empresário, com as mais impressionantes invenções. Seria desejado por mulheres exuberantes de todos os estilos, pesos e cores de cabelo. Teria o carro do ano, todo ano, a melhor casa da cidade e a conta bancária mais recheada do país. Seria um sucesso, seria o Sr. Oliva, o homem do ano e fenômeno mundial. Mas a verdade sempre lhe acertava um tapa na cara quando, acordando dos devaneios, se deparava com a realidade, seu apezinho de quarto, sala e uma maldita barata voadora que sentara em seu ombro petulantemente.

E tudo, todo o santo, dia dava errado e toda a noite ele era apenas o Matheus Oliva, o garoto com cara de azeitona que sempre estourava os fusíveis do prédio e estava prestes a ser mais um na lista dos desempregados da nação. Dormia enroscado num travesseiro tornando-o parte de sua posição fetal desajeitada, como tudo que dizia respeito a sua vida triste de Matheus Azeitona Oliva.

Como as coisas não poderiam ficar piores, resolveu colocar em prática aquela que considerava sua mais genial ideia.

Com seu aparato voador, subiu no telhado do prédio em que vivia, aspirou o cheiro cálido da noite. Fez os últimos ajustes e se jogou. O resultado de sua aventura o transformou no conhecido vigilante e herói noturno, Dragão herói. Ele de fato havia salvado uma senhora, mas...

O que aconteceu foi mais ou menos o seguinte:

Matheus Oliva subiu no último andar do prédio, depois passou desajeitadamente pela portinha que dava na cobertura mal feita e mergulhou na noite escura. Arrumou sua mini asa-delta camuflada com um tecido que lembrava uma couraça dura e apertou com a chave de fenda o motor perfeitamente disposto na parte de cima do conjunto. Amarrou o cinto de segurança e afivelou bem o encaixe. Puxou a cordinha duas vezes, ouviu o som estridente das hélices começando a girar, e se jogou com o único pensamento de que se saísse vivo seria o homem mais feliz do mundo.

Tudo parecia estar indo bem, Matheus Oliva curtiu o vento fétido batendo em seu rosto sardento como se nunca em sua vida houvesse respirado tão fundo, riu quando os óculos fundo de garrafa voaram e arriscou um looping. Foi aí que tudo virou de cabeça para baixo, e a azeitona voadora iniciou uma queda livre, indo parar em cima de um homem que agitava um revólver na cara de uma velhinha. A ferramenta com a qual ele vinha tentando recuperar o controle de sua mini asa-delta motorizada, foi parar na cabeça do outro indivíduo que aguardava o comparsa. Seu motor tão especial ao qual destinou tanto tempo e atenção explodiu em chamas, chamuscando o bandido que rangia os dentes atordoado.

Tão assustado que estava, Matheus Oliva saiu correndo, deixando para trás dois bandidos inconscientes e uma velhinha jurando ter encontrado um verdadeiro salvador com a aparência de um dragão. Um anjo dragão, um herói.

Matheus, que de dragão e herói não tinha nada, correu feito louco por três quarteirões e meio, subiu as escadas tropeçando nos pés como sempre acontecia, estatelou-se duas vezes antes de alcançar a porta do mini-apartamento, abriu tremendo e fechou-a em seguida, logo após mergulhar na penumbra com cheiro de fundo de guarda-roupa velho. Respirou como se sofresse de uma doença respiratória, tremeu, caiu sentado no chão.

Ainda com a roupa de aventureiro, escondeu seu grande mecanismo voador no fundo de um baú que tinha no quarto, arrancou a roupa imunda e se jogou sob as cobertas, tremendo de medo, susto e empolgação. Apesar dos resultados, ele voara.

Nas semanas seguintes, não pararam de aparecer senhoras e moças que juravam conhecer pessoalmente o dragão herói e Matheus Oliva que sempre odiara a solidão daria um braço para ter de volta a paz e a segurança de ser o excluído. E pra piorar ainda mais, teria de reconstruir todo seu equipamento e começar a salvar vítimas de assaltos, afinal que espécie de homem ele seria se fugisse agora, que toda cidade clamava seu nome. Bom, não exatamente o seu nome, porque esse apenas servia para lhe render apelidos azedos.

-fim-
Como terão surgido os heróis que conhecemos? Será que eram todos corajosos e prontos a proteger os indefesos? Pois é, não é o caso do Dragão Herói. E confesso que adorei isso! Nesse conto divertido, Graci Rocha nos surpreende apresentando um novo tipo de herói, que descobre sua própria capacidade ao mesmo tempo em que o leitor também o vê sob uma nova perspectiva.

Gostou
da narrativa da autora? Então não perca a chance de adquirir seu novo livro: A Maldição de Arthur!


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11 comentários:

  1. Oi Francine, tudo bem?
    Adorei o conto. Achei super divertido um herói que não é exatamente um herói. Obrigado pelo o acaso a se tornar um herói e romper sua barreira de solidão. Achei a escrita deliciosa, um texto fluído e divertido, prendeu a minha atenção. Acho que é uma bela apresentação e sem dúvidas despertou meu interesse para conhecer o livro da autora.
    Beijos

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  2. Olá! Ainda não conhecia a autora e achei super legal a ideia de um dragão (um ser quase sempre temido) ser um herói nessa história. Só pelos apelidos com relação ao nome do dragão, já imaginei uma trama super divertida, mas não pensei que isso se daria pelo fato de o dragão herói ser super desastrado! Kkkkk! Ótima ideia da autora, acho que vai ser uma leitura super leve e, claro, com muitas risadas.
    Beijos!

    Karla Samira
    http://pacoteliterario.blogspot.com.br/

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  3. Um dragão que não era dragão, um herói que não era herói, ameeei!
    Adorei a escrita da autora e o conto, muito divertido!
    Beijo

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  4. Este comentário foi removido pelo autor.

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  5. Oiee ^^
    Há! Que demais esse Matheus Oliva. De início eu imaginei que o dragão seria mesmo um dragão, então fiquei surpresa quando o "azeitona" apareceu, salvando a senhora sem querer e destruindo seu equipamento. Gostei da narrativa da autora, e do conto também.
    MilkMilks ♥

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  6. Oi, já conhecia o conto e adorei e já conheço a autora e já li dois livros dela e três contos, incluindo esse, e adoro a escrita da Graci e adoro ela como pessoa, ela é uma fofa e muito simpática. Desejo tudo de bom a ela.
    bjus

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  7. Olá Fran!
    Adorei o conto da Graci. Os heróis podem surgir das maneiras mais inusitadas.
    Beijos!

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  8. Oi Francine!
    Menina, que conto legal! Muito legal poder conhecer um personagem tão diferente daqueles heróis convencionais dos quais já estamos mais que acostumados.
    Não conhecia a autora e achei a narrativa super fluida. E o que é a capa desse livro? Linda! *-* Desejo muito sucesso.
    Beijos
    Coisas de Meninas

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  9. Ainda não li o conto em sim, mas pela sua opinião a gente logo percebe que ele é bem original e diferente do que vemos por aí, deve ser uma história que surpreende e fiquei com vontade de ler..

    Beijo, Van - Retrô Books
    http://balaiodelivros.blogspot.com.br/

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  10. Encontrei algumas obras dessa autora na Amazon, mas O Dragão Herói não está mais disponível por lá (o link da postagem dá erro, inclusive). Como li e gostei queria ter no kindle, mas por algum motivo ela o retirou da Amazon. Embora eu não seja fã de contos, achei esse muito divertido, fiquei pensando como ela colocaria um dragão no mundo contemporâneo e quando veio a explicação sobre a azeitona voadora achei o máximo! hahahahaha...

    Beijo!

    Ju
    Entre Palcos e Livros

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  11. Olá Francine,

    Essa é mais um autora que fico conhecendo aqui, não leio e-book mas fiquei curioso com a história, muito legal, espero que ela lance um livro....bjs.

    devoradordeletras.blogspot.com.br

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