[Entrevista] Rennan Andrade apresenta sua nova antologia: A Verdadeira Morte

em 26.2.16
Hoje
vamos entrevistar um autor jovem com duas publicações independentes que, no segundo semestre desse ano, lançará sua terceira obra: A Verdadeira Morte, uma antologia de contos que promete provocar e emocionar o leitor.

'Bora conhecer esse novo trabalho de Rennan Andrade?

 

1) Começo minha entrevista parabenizando-o pelo sucesso de A Luz de Cada Mundo. A obra – que mistura fantasia, aventura e romance – agradou muitos leitores, além de ter uma análise positiva na blogosfera. Você esperava essa recepção?

Na verdade, depois de tanto tempo trabalhando no meu primeiro livro, eu não sabia mais o que esperar. Sempre tive em mente de que eu era um autor jovem e novato e que isso atrairia tanto olhares impressionados quanto receosos. No fim das contas, foi exatamente o que aconteceu, mas fico feliz que, em geral, tenha sido um trabalho bem recebido pelos leitores, pois isso só me dá mais motivação para escrever a sequência.


2) A Verdadeira Morte, seu mais recente projeto, é uma antologia de contos. Qual foi o atrativo que te levou ao mundo dos contos?

Até há algum tempo, devo admitir, eu não gostava muito de ler contos. Achava eles curtos demais, e nunca fui uma pessoa de coisas curtas, eu sempre gostei de romances, aqueles bem longos que podem me prender durante alguns dias. Mas acontece que desde que fiz o meu cadastro na Amazon.com.br para publicar A Luz de Cada Mundo, eu venho lido algumas obras através do site, em sua maioria contos, e depois de diversas leituras de contos de terror e drama, acabei ficando motivado a escrever alguns.

Quando dei por mim já havia escrito mais de dez, e conforme eu não parava de escrever contos, eu pensei para mim mesmo “Por que não uma antologia?”. Depois de mais algum tempo, eu já estava com um tema definido: morte, o que resultou no título A Verdadeira Morte.

 é inevitável pensar em como a morte nos afeta.


3) Sabe-se que A Verdadeira Morte se trata de uma antologia dramática e romântica que, como o nome sugere, traz a morte como parte do enredo. Sempre que falamos em morte, logo nos sentimos tristes de alguma forma, mas sabemos que ela pode ser tratada de diversas maneiras. Assim sendo, como o tema é abordado no projeto?

Eu considero este um tema tão triste e tão verdadeiramente emocionante que vale a pena explorá-lo na minha primeira antologia. Afinal, quando alguém próximo de você morre, sua reação nunca é previsível: você vai ficar triste ou frio? Vai superar ou aprender a conviver? Vai conseguir amar de novo ou nunca mais vai esquecer? É difícil adivinhar, pois nunca sabemos aquilo que temos até perder, então acho que é inevitável pensar em como a morte nos afeta.


4) Enquanto escritor de fanfics, você tinha um público em específico de leitores. Com o livro A Luz de Cada Mundo, seu trabalho com certeza ganhou uma maior visualização, e esse publico aumentou, se tornando mais diversificado. Que tipo de leitores você espera atrair em A Verdadeira Morte?

Eu sempre imagino que o público está, na verdade, crescendo junto a mim. Isso porque quando eu tinha treze, eu criava histórias para adolescentes e pré-adolescentes, e com A Luz de Cada Mundo isso se estendeu até os jovens adultos.

Com A Verdadeira Morte, eu acho que vou acabar me distanciando, ou pelo menos assustando um pouco, meu público mais jovem, entre os doze e quatorze anos, pois realmente tem algo em alguns dos contos que acaba por mexer no psicológico dos leitores, e talvez aqueles que me conhecem da época em que eu escrevia fanfics de Naruto não me reconheçam pela minha escrita. Mas a verdade é que eu acho que com essa antologia eu estaria apelando para um público um pouco mais velho dos que o de A Luz de Cada Mundo, assim como para os fãs de drama em geral.


5) É uma antologia dramática. Você afirmou em seu blog que foi seu trabalho mais maduro. Como foi a criação da antologia?

Eu posso dizer que sempre fui alguém mais maduro para a minha idade, ao mesmo tempo em que tenho aquela criança interior que nunca some. Acho que isso faz bem tanto no pessoal quanto no profissional, mas dessa vez, na hora de escrever grande parte dos contos da antologia, eu acabei abandonando essa criança interior pois eu tinha aquela obrigação própria de criar algo vivo, que pudesse causar impacto no leitor, mas sem se apegar em grandes clichês literários.

Em geral, foi um pouco difícil escrever a antologia, principalmente os contos mais pessoais para mim.

 na hora de escrever grande parte dos contos da antologia, eu acabei abandonando essa criança interior...


6) Quando se pensa em histórias dramáticas, já temos o pré-conceito de que iremos nos emocionar. E quando temos ainda a morte envolvida, em minha opinião, ficamos reflexivos e, em certo ponto, até tristes por “perder” algum personagem. Você se emocionou ao escrevê-las? Algum conto foi escrito num momento de tristeza?

Se me emocionei ao escrevê-las? (risos) É difícil para mim não me emocionar quando escrevo algo realmente triste. Em A Luz de Cada Mundo, aconteceu de eu chorar ao escrever uma cena, e isso aconteceu mais uma vez enquanto escrevia um dos contos da antologia. Acho que esse projeto está muito dramático. Todos os contos têm um clímax, mas só alguns vão fazer os leitores chorar ao meu ver. Já outros vão fazer pior: vão colocar o leitor para pensar.

Eu gosto de escrever quando estou triste. Apesar de na maioria das vezes não sair nada de bom daquele momento, dessa vez foi diferente e eu acabei escrevendo um conto que realmente gostei: Gasolina. É o conto mais brutal da antologia e bem amargo, aquele que você vai ler e refletir sobre o ódio através da morte. Muito dramático...


7) Os leitores puderam conferir um dos contos que faz parte da antologia recentemente, quando o mesmo foi disponibilizado gratuitamente na Amazon. Fale um pouco pra gente sobre esse conto.

Se trata de Armadura de Ferro. É um conto sobre a morte de um rapaz chamado Alex Soares em plena ceia natalina, e é contado sob a perspectiva do melhor amigo de Alex um ano depois do ocorrido. Esse é um daqueles casos em que a pessoa não consegue superar o que houve. Eu acho que é um daqueles contos de leitura suave e que não assusta o leitor apesar dos temas; acho que, apesar de toda a narrativa dramática, ele consegue ser um dos mais “amigáveis” da antologia e fica bem no meio daquela linha entre o light e o dark.

Devo dizer que há contos bem mais sombrios na antologia, mas decidi por lançar Armadura de Ferro primeiro justamente para que as pessoas se acostumem com o drama que eu vou vir a oferecer, já que meu público não está tão acostumado com esse meu lado mais dramático e adulto. No entanto, ainda acho que Armadura de Ferro é um dos pontos centrais da obra e é um “início” perfeito para essa nova era da minha carreira.


8) A blogueira Gê Benjamin, de Monte sua Livraria, classificou o conto como emocionante, envolvente e reflexivo. Disse ainda que apesar de curto, pode mudar a forma de se enxergar a vida. Como é para você, enquanto autor, receber um feedback tão positivo de apenas uma amostra de seu novo projeto?

Toda vez que recebo uma crítica positiva, me sinto como se meu trabalho estivesse realmente dando certo e então faço o máximo para que as pessoas leiam o que eu escrevi. Divulgar é a chave. E é por isso mesmo que estou planejando ao máximo para que mais e mais pessoas possam ler minha antologia e se sentir tão bem quanto a Gê Benjamin, pois há um pouco de tudo para todos aqui, e acho que será difícil as pessoas não gostarem de um conto sequer nesta antologia.

 Toda vez que recebo uma crítica positiva, me sinto como se meu trabalho estivesse realmente dando certo...


9) Quantos contos terão no total? Já temos data para a publicação?

Ainda é cedo para dizer. Eu escrevi diversos contos, mas como nem todos irão para a antologia – até porque nem todos se encaixam direito e eu ainda preciso fazer o corte final – eu diria que algo entre dez ou quinze contos. Quanto a data de publicação, a previsão é o segundo semestre de 2016. Tenho o suficiente para lançar tudo agora, mas como ainda estou escrevendo baseado no tema, é improvável que eu faça o corte final agora.


10) Para o criador é difícil, eu sei, mas me arrisco a perguntar se, dentre todos os contos que fazem parte da antologia, existe algum que sinta um carinho digamos mais especial? Pode nos revelar e falar um pouco sobre ele?

É um pouco difícil de dizer...
O já citei Gasolina, que tem bastante significado para mim por conta do momento no qual ele foi escrito, e tenho 85% de certeza que ele estará na antologia. No entanto, tem um conto que escrevi há alguns dias que é muito pessoal e verdadeiro para mim, chamado Existência.

Se trata de alguns problemas que eu vivi no passado em relação ao bullying e em como eu me sentia, e caso o lançasse, acho que alguns poderiam se identificar. Mas a verdade é que ele é tão pessoal para mim e foi tão doloroso de se escrever que não sei bem se ele estará na antologia. Seria como abrir o livro da minha vida e ler o capítulo “12”, de quando eu tinha doze anos.


11) Por que devemos ler A Verdadeira Morte? Fale mais sobre o projeto como um todo.

Como escritor, eu tenho para mim a missão de fazer as pessoas refletirem das mais diversas formas ao mesmo tempo em que crio histórias incríveis. É isso que eu faço, dia após dia, e não foi diferente com A Verdadeira Morte. Enquanto A Luz de Cada Mundo diz “faça da vida sua amiga e colha os frutos” ao contar uma história sobre dois adolescentes viajando por mundos desconhecidos, essa nova antologia diz “isso não é um sonho, então traga sua vida para a realidade”.

Quem ler irá sentir diversas sensações, entre elas, dor. Mas ao fim de cada leitura, acho que se as pessoas pararem para refletir, valerá a pena o meu tempo gasto.

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Sobre o autor:
Meu nome é Rennan Andrade, tenho dezesseis anos e escrevo histórias desde os meus treze, tendo começado a escrever blogs quando tinha nove.
Sou uma pessoa que acredita no poder do pensamento positivo, sempre visando a olhar o lado bom das coisas e das pessoas; acredito no poder da amizade, tanto que sou muito apegado aos meus amigos e a minha família, além de acreditar que a melhor característica do ser humano é, sem dúvida, a honestidade.

Conheça seus livros:

 

Agradeço ao Rennan Andrade por nos conceder essa entrevista.
E vocês, o que acharam do autor e de sua nova antologia?


9 comentários:

  1. Oi Bianca.
    Eu não conhecia o autor ainda, mas essas entrevistas são sempre muito boas para nos por a par das obras deles e para dar destaque as obras deles também, pois é meio difícil a divulgação para autores brasileiros né?
    Não sei se leria A Verdadeira Morte, sempre fico triste com histórias que personagens morrem porém eu leria A Luz de Cada Mundo, dei uma pesquisada e achei ele bem interessante!!

    Xo
    Alisson
    Re.View

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  2. Oi Bianca.
    Parabéns pela entrevista, achei bem interessante por que estou conhecendo um autor que não conhecia. Acho que se tivesse a oportunidade eu leria sua obra.

    Bjos

    http://historiasexistemparaseremcontadas.blogspot.com.br/

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  3. Oi!!
    Os autores estão lançando livros cada vez mais cedo, e isso faz às vezes o leitor pensar: será que devo apostar minhas fichas?
    Nossa ele nem gostava de ler contos, começou a ler e já escreveu vários, eita que facilidade né.
    A morta nos afeta de várias maneiras, nós não só temos medo de perder alguém como muitos ainda temem a morte.
    Essa antologia vai vim para emocionar e fazer muitos leitores pensarem no assunto central que é a morte, já quero conferir.
    Com certeza essa antologia vai fazer ele ser notado pelos leitores que amam terror/suspense, sei que muitos leitores não gostam de fantasia, então a antologia vai servir para muitos leitores novos o conhecer.
    Eu vou ler A luz de cada mundo e espero gostar, já que amo livros de fantasia e estou aguardando ansiosa para ler alguns contos da nova antologia.
    Beijão!
    Lilica - O maravilhoso mundo da leitura

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  4. Oi, Bianca!
    Primeiramente, parabéns por essa entrevista maravilhosa, amei as perguntas e as respostas do autor foram ainda mais incríveis! Tão novinho, mais novo até do que eu, mas tão certo do que está escrevendo e o que quer atingir com suas obras; bateu um orgulho de ser nacional agora <3 Não sei se leria a antologia por não curtir muito essa pegada mais sombria e densa que ela parece trazer, mas é nítida a dedicação e cuidado que ele está tendo com cada conto, e só tenho a desejar-lhe muito sucesso com a antologia e suas obras e carreira como um todo! Temos, ao que parece, mais um grande talento nacional despontando na Amazon! *----*
    Beijos!

    ♥ Sâmmy ♥
    ♥ SammySacional ♥

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  5. Oii!

    Bianca querida que entrevista maravilhosa! Perguntas elaboradas e o autor foi muito bem em suas respostas. Realmente ele é novo e muita gente tem mesmo esse preconceito com isso. Eu particularmente gosto ! Principalmente dos que estão sempre nas redes sociais pois acabam recebendo melhor os feedback e melhorando...
    Enfim, desejo sucesso!!

    Beijinhos

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  6. Oi, Bianca! Tudo bom?
    Adoro vir no blog porque sempre conheço novos autores e livros. É a primeira vez que vejo falar do Rennan, e só pelas respostas dele já me senti intima e com uma vontade enorme de conferir a antologia quando lançar. Amei a entrevista, suas perguntas estão bem pertinentes, e o autor é bem simpático e sincero nas respostas.
    beijos
    www.apenasumvicio.com

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  7. Oii Bianca
    Amei a entrevista, não conhecia nada do autor. Amei a premissa do livro e parabéns pela entrevista está muito boa :)
    p.s. Achei seu layout lindo!

    ❥Blog:Gordices Literárias

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  8. Confesso que não costumo acompanhar fanfics, sempre vejo tantos autores que cresceram a partir disso, eu deveria procurar ler alguns.
    Assim como ele, eu também não gostava muito de contos, mas deve ser porque ainda não li o conto certo!
    Adorei a entrevista, as perguntas foram muito bem elaboradas e as respostas do Rennan melhores ainda!
    Eu leria os dois livros dele sim, não me importo em ler livros com histórias dramáticas.

    parado-na-estante.blogspot.com.br
    facebook.com/paradonaestante

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