Resenha 41 | Os Dois Lados da História

Título: Os Dois Lados da História

Autora: Laura Spíndola

Editora: Cop Gráfica e Editora (2013, 340 páginas)

Sinopse: O que você faria se estivesse prestes a entrar numa imensa montanha-russa, onde teria que despencar de lá de cima, tendo que enfrentar seu verdadeiro horror a essa aventura radical? Você deixaria que os outros soubessem de seu pavor ou enfrentaria calado seus piores pesadelos? 

Foi essa dúvida que atormentou Alex desde a hora em que ele entrou no parque. Havia muita coisa em jogo. Não tanto a vergonha perante os seus amigos, mas, principalmente, perante uma certa garota...

Esta história narra um encontro de um grupo de amigos e suas idas e vindas no último ano letivo do Ensino Fundamental, onde amizades se formam, se fortalecem e romance paira no ar. A história é narrada pelos dois personagens principais: os adolescentes Alex e Camila. Cada evento da história é contado sob o ponto de vista de um deles. Conforme a história vai se desenvolvendo, nós viajamos por várias situações emocionantes, divertidas e engraçadas, fazendo deste livro diversão garantida.

Resenha

Li Os Dois Lados da História por meio do Book Tour organizado pela própria autora, Laura Spíndola, a quem agradeço pela oportunidade e gentileza!

Narrado em primeira pessoa, o livro apresenta capítulos alternados entre dois protagonistas: Alexandre Morrison e Camila Flatts, ambos adolescentes entre 14 e 15 anos, que estudam na mesma escola e estão concluindo o Ensino Fundamental (9º ano).

Ao voltar das férias de julho, Alexandre (conhecido como Alex), é transferido de turma. Na escola, as turmas eram divididas por classificação de notas e Alex acaba de ingressar na 9A, ou seja, entre os melhores alunos! A fama era tamanha sobre a qualidade daquela turma que Alexandre se sente frustrado ao notar que todos os alunos parecem "normais", reclamando das provas ou da quantidade de atividades em sala (rs). Na 9A, ele conhece Camila de uma maneira inusitada. Sentando-se juntos durante um trabalho em dupla, Alex comenta de forma rude que os alunos da 9A o decepcionaram, pois sustentavam uma fama que não mereciam. Camila, que sempre estudou nesta turma, se ofende e o desafia a provar que estava ali por mérito e não por sorte.

Combinam, então, que na próxima prova de História ganharia quem alcançasse a nota máxima. Mas, assim que passam a estudar para conseguirem este resultado, percebem que estão sendo infantis um com o outro. Acabam desculpando-se pela grosseria, e uma amizade começa. O ritmo da leitura é agradável e vamos acompanhando a convivência de Alexandre e Camila ao longo das páginas. Ela o apresenta para as suas amigas – Estela, Amanda e Júlia. Ele a apresenta para os seus amigos – Nicolau (Nico) e Antônio (Tom).

Juntos, esses personagens formam um grupo que enfrenta os desafios da adolescência e considero este um dos aspectos positivos da obra! Os diálogos e a narrativa fluída da autora Laura Spíndola nos levam aos dramas da adolescência, de modo que me envolvi nos sentimentos descritos com facilidade e li todo o livro com aquele sentimento agradável de saudosismo (rs).

O mais legal em Os Dois Lados da História é a verossimilhança! A interação de Alex e Camila com os estudos, com suas famílias, com os amigos… é muito real. Eu me identifiquei com a ingenuidade, a irreverência, o encantamento, a empolgação, que eles sentiam! A autora também aborda o primeiro amor… Alex e Camila se tornam cada vez mais próximos e, conforme conhecem um ao outro, passam a sentir mais do que apenas amizade. Eu gostei da maneira como o romance foi desenvolvido, com aquele doce sabor da juventude.

Ouso dizer que o livro é destinado aos adolescentes da mesma idade que os personagens, que estão vivendo as experiências escolares do término do Ensino Fundamental, mas aos leitores mais velhos haverá aquela saudade gostosa do que passou.

Como fragilidade, destaco a falta de ápices durante a leitura. Os Dois Lados da História segue suave, do início ao final, sem grandes tensões. Se por um lado isso é positivo, por outro a leitura não surpreende. Essa característica, no entanto, garante também uma leitura agradável a quem procura por algo assim.

Sobre o layout, o livro é lindo! Cada capítulo apresenta uma borda personalizada e temática segundo o que está sendo descrito. A diagramação é genial.

Avaliação:

Compartilho com vocês os quotes que mais gostei:

De qualquer forma, eu só tinha olhos para a Letícia. Letícia conversando com a amiga; Letícia jogando seu cabelo para trás, dando uma sonora gargalhada; Letícia olhando o relógio, que ficava em cima do quadro negro; Letícia, subitamente, olhando para mim com um olhar meloso, me deixando confuso e que nem um bobo alegre; Letícia vindo na minha direção, sorrindo, deixando meu coração mole feito gelatina; Letícia passando diretamente por mim e indo até onde estava sentado o cara da fileira de trás, transformando meu coração de gelatina em pedra; Letícia falando de coisas tão fúteis e idiotas com seu namoradinho, que eu enjoei só de ouvir por alguns instantes e Letícia me deixando tão repentinamente desiludido quanto tinha, tão rapidamente, me deixado apaixonado por ela. (p. 38)

– (…) Afinal, o passado é um aprendizado, o futuro é um mistério e o agora é uma dádiva e, por isso, é chamado de presente.

Tudo bem, eu admito que essa minha última frase, copiada de um filme, ficou meio forçada, mas parece que surtiu efeito, enquanto os dois me olhavam como seu eu fosse o Sábio Supremo do Universo. (p. 111)

Vamos, Alex, seu estúpido, você é um homem ou um rato!? Bem, o Mickey Mouse é um rato e ele não era nada mal-sucedido. SEM PIADAS! O negócio era sério. Eu tinha que ser forte. (p. 125)

A autora me enviou esse mimo adorável!
~ Obrigada, Laura! ~

Eu sabia, pelo seu olhar, que ele sabia. Também sabia que ele sabia que eu sabia. Nós dois sabíamos da verdade. (p. 139)

Quando nós passamos tantos bons momentos com alguém, por tantos anos, é impossível não amar. Um parente, um amigo, um gato… ao longo dos anos, simplesmente, essas pessoas se tornam indispensáveis para você. Isto é algo inevitável, por mais que você tente impedir. (p. 139)

– (…) Então, ao menos diga que existe um problema, mesmo que você não queira me contar qual é. Se você pelo menos disser que, realmente, há algo incomodando você, em vez de fingir que tá tudo bem, então, no mínimo, eu fico mais feliz. Não estaria insistindo tanto nisso, se não me importasse com você. Afinal, a única coisa que eu quero é ver você sorrindo de novo. Nada além disso. (p. 145)

– (…) Se alguém fica preocupado com você, é porque você é importante para esse alguém. (p. 145)

…recordei de todas as meninas pelas quais já tive algum mínimo de atração. Não foram muitas, mas nenhuma se comparava a ela. (…) Nenhuma delas era tão inteligente, tão engraçada ou tão bonita quanto ela. Eu nunca havia pensado nisso, já que sempre estivera cego pelos olhos da amizade, mas, agora, tudo era muito claro para mim. (p. 278)

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