Inspire-se (2)

Oi de novo! Sentiram saudades? [não respondam o-o]

Antes de qualquer coisa, e o meu refri? Onde ele está?

O que fizeram com ele? Por que não ganhei nada? Hein?

Ai, gente, tinha que ter algo assim ou não seria eu...

O que vocês têm feito para se inspirar ultimamente? Aliás, o que os têm inspirado? Estive pensando nisso nos últimos dias... Afinal, o nome da coluna indica exatamente sua ideia: se inspirar. 

Mas a inspiração não precisa necessariamente vir de fora... E se nós fôssemos nossa grande fonte de inspiração?

“Mas como?” – você me pergunta meio indignado, afinal de contas eu é que deveria estar te falando como. E então eu, mescla rara de penúltimo mendigo e primeira astronauta a por os pés em Vênus*, respondo de uma forma que te fará ter vontade de me bater:

“Me diga você como.”

E nisso eu corro. E você vem atrás de mim com quatro pedras na mão. Ou não. E aí?

Todos os dias nós vemos imagens, pessoas, ações que são inspiradoras e dão aquela sensação de que fazem inflar o peito, como se as ideias estivessem crescendo, loucas para explodir, saírem por aí e se concretizarem... Mas, quantas vezes deixamos que elas se manifestem? Quantas vezes as sufocamos e, silenciosamente, elas murcham novamente para aquele canto esquecido da nossa mente, da nossa alma?

Aquela frase, “nós devemos ser a mudança que queremos no mundo”, se aplica também a esses pequenos impulsos diários. Não sei vocês, mas há dias que o céu parece cinza, os pássaros desafinados, o ar mais pesado e nada, absolutamente nada, te tira do tédio. Aquele cenário monótono, aquela mesmice... Não cansa ver tudo parado?

Mas, espera um pouco, quem disse que precisa ser parado? Foi aí que eu pensei: em um universo paralelo, onde a paisagem é viva e eu sou o que ela tem para ver em seus dias sem graça, o que ela diria? Uma Natália descabelada, de pijama manchado com molho de tomate da lasanha de domingo (porque sim, ela é pior que uma criança para comer), é lá algo muito animador? Sabemos a resposta... 

Mas, e aí, o que é realmente monótono: eu ou o dia?

Imaginando como eu gostaria de ser como paisagem, comecei a fazer das minhas horas de ócio algo mais produtivo. E essa produtividade vem de cada um. Sua produtividade pode ser um dia de pijama também, ué, quem disse que não? Mas, tal como eu gostaria de ver um dia, independente do clima e estação em que ele se encontra, procurei motivos para sorrir. Sabia que um sorriso pode ser uma boa motivação? Aliás, sorrir emagrece, preciso dizer mais alguma coisa?

Há beleza no dia cinzento e tristeza nos mais claros. Independente se uma chuva cair de seus olhos, pense pelo lado bom que é quando elas começarem a cessar: as pessoas costumam gostar de garoas.

Ah, ainda não entendeu? Fácil, pequeno gafanhoto: o mundo não é apenas uma bola amassada onde nós vivemos.

Nós somos a paisagem dele. Somos nós que compomos os dias de sol e chuva, tornando-o inspirador para alguns e menos proveitoso a outros. Afinal, assim somos, não? Seres repletos de inseguranças, vontades, gostos e desgostos. E mesmo tão parecidos, somos completamente diferentes.

E não são nessas diferenças que encontramos grandes pessoas que nos inspiram? Elas não precisam ter o nome em destaque para reconhecermos sua importância e como aquilo nos chamou a atenção. A inspiração não tem definição certa, pois vem de qualquer lugar. Atente-se aos detalhes que vêm de você.

Porque é você, caro leitor, a inspiração do mundo. E então, o que está esperando para dar a ele uma paisagem diferente? 

Ele está aguardando. ;)

*o trecho citado é da música “Balada para um Louco”, que traduz perfeitamente como podemos marcar o outro sem mesmo sabermos disso.