Resenha 5 | Gata Branca

Título: Gata Branca – Mestres da Maldição, livro 01

Autora: Holly Black

Editora: Rocco | 2012 | 360 páginas

Sinopse: Cassel vem de uma família de mestres da maldição – pessoas que têm o poder de mudar emoções, memórias e destinos com o mais leve toque das mãos. Mas fazer isso é ilegal, o que significa que todos eles são criminosos. Exceto Cassel. Ele não tem o toque mágico, está de fora: é o único filho normal em uma família paranormal. O único detalhe é que matou sua melhor amiga. Tentando fugir de seu terrível passado, Cassel faz de tudo para ser como os outros garotos. Uma noite, porém, tudo vai por água abaixo: depois de sonhar repetidas vezes com uma estranha gata branca, um ataque de sonambulismo o põe em perigo e ele começa a achar que seus irmãos estão escondendo mais do que alguns segredos. Desconfiado de que não passa de uma pequena peça de um grande golpe, Cassel começa então a fazer uma busca em seu passado e em suas memórias, que parecem lhe fugir. Para desvendar os mistérios de sua vida, ele vai precisar armar um verdadeiro golpe de mestre.

  

Resenha

Li este livro durante a Maratona Literária e, aos que acompanharam meus registros, minha primeira impressão até a centésima página não foi das melhores. A verdade é que tinha grandes expectativas ao ler a sinopse, especialmente por abordar um tema tão original (maldições).

Ao concluir a leitura, posso dizer que Gata Branca não me decepcionou, mas também não foi o que esperava. A história é narrada em primeira pessoa pelo protagonista, Cassel Sharpe, um adolescente muito hábil em mentir. O fato de ele ser um golpista de primeira é bastante interessante, mas sua imaturidade emocional torna a história inconstante. Demorei a me acostumar com esse ritmo.

O contexto, no entanto, é tão original quanto a sinopse promete! Imagine vivermos numa sociedade com mestres de maldição que, apenas com um toque de suas mãos nuas, são capazes de causar grandes mudanças (ou morte), a depender dos seus poderes. Com apenas um toque, um mestre de sorte pode trazer-lhe muita sorte; um mestre de morte pode tirar sua vida; um mestre de memória pode fazê-lo esquecer e/ou criar lembranças; e assim por diante. Não é difícil prever que as maldições foram mais usadas para causar males do que o bem, o que as tornou proibidas socialmente. Por isso todos vestem luvas de couro e os mestres de maldição passaram a se associar ao crime e à máfia.

Cassel Sharpe é o caçula de três irmãos e o único membro de sua família que não é um mestre de maldição (até onde sabe). Isso quer dizer que é o único membro da família sem relações com a máfia, o que não o torna menos "perigoso". Com sua observação atenta e capacidade de mentir, ele também causa alguns estragos à vida alheia e até se sente satisfeito com isso (sentimento típico de um adolescente que se descobre capaz de tirar vantagens).

O que há de pior nele? O fato de ter matado sua melhor amiga, Lila, a quem amava além da amizade. Ele lembra dela morta, coberta de sangue, muito embora não lembre de como a matou. Convivendo com a culpa, Cassel Sharpe não se permite confiar em alguém, muito menos em si mesmo.

Não até descobrir, como uma caixa de pandora a ser aberta, que seu passado pode não ser como acredita e que a mentira não é propriamente seu principal poder.

O segundo volume é intitulado Luva Vermelha.

Gata Branca é arrepiante no que diz respeito a relações familiares! A família de Cassel Sharpe é completamente desajustada, repleta de poderosos mestres de maldição que guardam segredos cada vez piores. Senti imensa vontade de sacudir a mãe dele até que parasse de ser tão egoísta, de matar os irmãos mais velhos do Cassel e dar condições para que ele não fosse tão limitado!

O fato de ele ser um adolescente, mais vulnerável e inconsciente das coisas à sua volta, torna Cassel um personagem manipulável por todos e o livro é uma constante de problemas a serem superados. Cassel quer apenas manter alguém muito importante para ele e a si mesmo com vida, mas no término do livro (ao menos para mim) o preço a ser pago é alto.

Sobre o final, gostei e igualmente odiei! Queria mudar tudo. O que faz de Gata Branca um livro muito bom em minha opinião. Apesar da narrativa que não me agradou e do contexto super original que não foi explorado como poderia, é um livro imprevisível. Recomendo!

A capa é maravilhosa! Eu adquiri esse livro pela sinopse e pela capa. Cassel é exatamente como o modelo e a gata branca em suas mãos, envolvida com tanto cuidado, é muito representativa. Páginas brancas e letras grandes em comparação ao formato do livro tornaram a leitura mais dinâmica. Em resumo, gostei da qualidade gráfica. 

Avaliação: