Resenha 152 | Alice Black – Princesinha do Inferno

em 16.11.16
Título: Alice Black – Princesinha do Inferno
Autores: Carlos Henrique Abbud e Flávia Gonçalves
Editora: Autografia | 2015 | 320 páginas

Sinopse: Alice é roadie da Mell's Angels, uma banda de rock iniciante, cuja estrela é sua irmã mais velha. Humilhada constantemente pelos integrantes, sua situação piora quando descobre que eles venderam sua alma em troca de sucesso imediato. Lançada no submundo, enquanto a banda desponta para o estrelato, Alice inicia uma louca jornada através dos perigos, descobertas, desafios, e – por que não? – encantos de um inferno totalmente rock and roll, governado por um Príncipe das Trevas que talvez nem seja tão terrível assim...



Resenha

Alice Black merece estar na capa. O que essa protagonista viveu na Terra e, depois, nas profundezas do inferno foi digno de nota. Gosto de personagens que são leais não às pessoas, mas a si mesmos; que não traem seus próprios sentimentos; que, mesmo na loucura, se agarram às suas crenças porque são incapazes de simplesmente aceitar a verdade do outro. Alice é assim. Mas isso não quer dizer que seja destemida, ou decidida, ou até mesmo perspicaz. Na verdade, muitas vezes quis gritar com ela para que deixasse de ser ingênua.

Quando um romance me desperta sentimentos ambíguos, me faz desejar entrar na história para mudar o rumo dos acontecimentos e interagir com seus personagens, assumo ter feito uma ótima leitura. Não esperava menos dos autores Carlos Henrique Abbud e Flávia Gonçalves. Interessei-me por Alice Black – Princesinha do Inferno justamente por sua qualidade anticlichê.

Vamos ao enredo:

Alice é uma jovem que vive à sombra, literalmente, como roadie da banda de rock Mell's Angels. Sua irmã mais velha, Melissa, é a vocalista. A banda não faz grande sucesso, mas já está (aos poucos) se lançando em alguns shows noturnos. Alice não se importa de estar atrás do palco, carregando caixas de som, preparando instrumentos, garantindo garrafas d'água e tudo o mais que a banda precisar, mas há algo que a incomoda profundamente: a constante falta de respeito e reconhecimento

Embora fosse uma parte atuante (e importante) da Mell's Angels, a banda considerava Alice como um "peso extra". Por isso, quando fizeram um pacto com um demônio (fama e glamour em troca de uma alma), Alice não sabia o que estava acontecendo. Sua vida foi dada como pagamento pela ascensão da banda e nossa protagonista foi levada para o Submundo.


Pausa dramática para a consternação: 
Como Melissa pôde vender a alma da própria irmã?!



O Submundo é surreal, gente! 
James, o Príncipe das Trevas (filho e herdeiro do próprio Diabo), adora rock and roll. O Submundo é manipulado e orquestrado por James. Ele é quem atende aos chamados dos jovens inconsequentes à procura de sucesso, sendo o responsável pela carreira brilhante de inúmeros artistas. Basicamente, se não fosse por James, poderíamos não conhecer grandes nomes da música.


Chegando ao Submundo, Alice finalmente percebe que Mell's Angels só a usou. Melissa nunca demonstrou pela irmã a mínima consideração. Mas Alice ainda quer entender por quê... Ela quer respostas. E definitivamente quer quebrar aquele pacto! Ela quer sua vida de volta.

Acompanhamos Alice se adaptando ao perigoso contexto do Submundo, revelando seu próprio talento musical (que sempre foi reprimido por Melissa), conhecendo e se envolvendo com James, assumindo o controle de sua própria vida... Esse é um romance sobre uma protagonista que carregava muitas certezas, mas nenhuma delas era realmente aquela que mais desejava abraçar. Alice quer voltar à Terra, okay, é um direito dela. Mas e quanto a voltar àquela mesma vida?


Aventura é o que não falta no Submundo! Não há tempo para hesitar quando Alice descobre haver um jeito de reencontrar Melissa. Seu objetivo é claro, mas seu destino nebuloso. James provoca a convicção de Alice todo o momento, e cada pedaço de si mesma que nossa protagonista começa a gostar acaba por envolvê-lo.

Como fragilidade, destaco que a passividade de Alice deixou-me impaciente em alguns importantes momentos. Ela se dedicou tanto, reuniu coragem e raiva, mas não revelou sua força no decorrer dos confrontos. É claro que Alice evoluiu, o que adorei, mas senti que a ingenuidade dela nublou sua boa interpretação dos fatos por um longo período da leitura. Houve um instante em que temi não a ver mudar. O desfecho, no entanto, atendeu minhas expectativas.

Gostei muito de Alice Black – Princesinha do Inferno! O modo como os autores articularam as informações do mundo do rock com o Submundo foi encantador, provocativo, diferente! Eu recomendo esse romance para quem aprecia fantasia sobrenatural e sair de sua zona de conforto.

Avaliação:
Interessou-se pelo livro?


Sobre os autores:
Carlos Henrique Abbud e Flávia Gonçalves
Casados, graduados em Música, pós-graduados em Artes Visuais e professores de Arte. Carlos é designer, artista plástico e músico. Publicou o conto “A Mulher de Vidro” na antologia “Tratado Secreto de Magia – Volume II”, da Editora Andross. Flávia é flautista desde o início da adolescência. Os dois são autores de "Alice Black - Princesinha do Inferno", romance lançado pela Editora Autografia durante a Bienal do Rio 2015.

Agradeço aos autores pela paciência em aguardar a resenha ser postada e por me acolherem como participante do seu Book Tour. Foi uma experiência muito agradável e espero acompanhar sua trajetória literária sempre que possível! 

E vocês, já conheciam o livro?
Adoraria saber se deseja lê-lo!

14 comentários:

  1. Muito bem elaborado o enredo desse livro, adorei a capa e a protagonista. Com certeza um livro diferente, quero muito conhece-lo. Bjkas

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  2. oi ^^
    gostei e não gostei da premissa.
    fiquei interessada, mas não ao ponto de ler sabe? apesar de ter diversos pontos que eu gosto numa leitura.
    acho que talvez um dia eu dê uma chance.
    nossa odeio personagem mt passivo, tem horas que precisa sim explodir de tanta raiva e fazer e acontecer, ai o personagem não faz. pensa numa raiva kkk
    no mais vou pensar sobre dar ou não uma chance pra leitura.

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  3. Olá,
    Sou apaixonada por tramas que envolvam música e essa com certeza é bem inusitada.
    Não dispenso um bom e alto rock enquanto faço minhas leituras e quero muito saber se Alice conseguirá quebrar o pacto e como será sua relação com James!
    Dica mais que anotada.

    https://leitoradescontrolada.blogspot.com.br/

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  4. Oi, é a primeira vez que vejo o livro, uma resenha. Essa questão de livros causar sentimentos ambíguos, confesso que gosto muito. Estou lendo um mais ou menos assim, de modo que nem a resenha consigo fazer, é tão bom e intenso ao mesmo tempo, que não consigo dizer nada sobre ele, apenas sentir.
    Sobre Alice Black – Princesinha do Inferno confesso queno geral o enredo não me cativou, mas leria para conhecer a escrita dos autores.

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  5. Oi!
    No início me pareceu bastante clichê, porém depois me deixou com uma enorme vontade de ler, haha!
    Adorei a resenha!

    Beijos
    http://www.mundoinvertido.com/

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  6. Oi, Francine!
    Surreal é pouco...kkkk... que trama mais bizarra, mas não é que fiquei interessada em como se desenrola esse enredo. O pior de tudo que lembrei de algumas pessoas que venderiam a irmã para o diabo...rsrs.

    Beijos!
    Gatita&Cia.

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  7. Eu não conhecia o livro, mas confesso que o enredo não me prendeu como leitura. Eu acho que não é um livro que eu conseguiria ler com facilidade.

    http://laoliphant.com.br/

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  8. Oi Francine,
    Não conhecia o blog, mas gostei bastante dele. Amei a resenha!
    Duas amigas minhas leram o livro em um Book Tour e também gostaram muito da história. Estou doido pra ler!
    Beijos,
    André do Garotos Perdidos

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  9. Não tnha ouvido falar do livro ou dos autores, preciso dizer que definitivamente vou comprar né?
    Achei maior sacanagem a irmã vender a alma da outra e pior ser uma vaca com ela. Quero ler oi livro e conhecer especialmente o james hahaha

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  10. mas que irmã FDP,cara... quem tem uma dessas não precisa de inimigos... pena que ela se mostra passiva em boa parte da trama, ela poderia ter evoluído mais nesse ponto... não faz muito meu tipo de leitura mas pela trama fiquei curiosa... se tiver chance, lerei...
    bjs...

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  11. me ganhou quando disse que não é clichê, porque olha não aguento mais esses livros todos iguais kkk, fiquei curiosa com a sinopse e mais ainda ao decorrer da resenha, essa irmã dela é bem tensa né? seloco, gentem eu nao aguentaria u.u tinha mandado ir a merda kkk

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  12. Oie tudo bem? Não gosto muito de livros q envolvam bandas e meio artístico, raramente acontece de eu ler algo assim, mas não acho graça. Não sei se leria esse em questão.

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  13. Acho que eu o leria sim, só pelo fato de ter dito que não é mais um daqueles livros clichês, cheio de mesmice. Eu mesmo passo longe de livros assim, a premissa no inicio não me cativou tanto, mas depois com a resenha eu tirei a conclusão de que preciso lê-lo;

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  14. Oie,
    Não conhecia o livro, e confesso que estou no meio termo de ler e não ler. A premissa é um pouco diferente e interessante, mas algo na sua descrição da Alice me deixou com o pé atras... Não descarto a leitura, mas não é um livro que lerei muito brevemente.

    Beijos
    Bru, Cantinho da Bruna

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